sábado, 10 de dezembro de 2016

Autoridades bolivianas prenderam o segundo suspeito acusado de atos irregulares no acidente aéreo que matou grande parte da equipe da Chapecoense no final do mês passado, disseram procuradores neste sábado (10).
Gustavo Vargas Villegas, ex-funcionário da autoridade de aviação da Bolívia, foi detido e será mantido preso até julgamento por acusações de ter usado sua influência de forma irregular para autorizar a licença do avião boliviano que caiu na Colômbia ao levar o time de futebol para a final da Copa Sul-Americana, em Medellín.
Seu pai, Gustavo Vargas Gamboa, ex-diretor-executivo da companhia aérea LaMia, foi preso na quinta-feira e aguarda julgamento por acusações que incluem homicídio culposo pela queda do avião em 28 de novembro. Ambos dizem ser inocentes.
"Sou inocente. Não autorizei as licenças de operação", disse Vargas Villegas nesta sexta-feira a repórteres. Vargas Gamboa disse na quinta-feira: "Os procuradores são um bando de mentirosos".
O acidente matou 71 pessoas após o avião aparentemente ficar sem combustível, gerando comoção na comunidade global do futebol e dúvidas sobre o motivo da aeronave ter tentado fazer o voo internacional com possivelmente menos combustível nos tanques do que a quantidade exigida.


"A acusação coletou testemunhos e evidências mostrando a participação do acusado em crimes de uso irregular de influência, conduta incompatível com cargo público e quebra de funções", disse a repórteres o procurador do distrito de La Paz, Edwin Blanco, se referindo a Vargas Villegas.
O jogador Neto, um dos seis sobreviventes do desastre com o voo da Chapecoense que matou 71 pessoas, começou a se comunicar com "diálogos curtos", informou nesta sexta-feira (9) a equipe médica no Hospital San Vicente de Rionegro, na Colômbia.
Os médicos fazem testes com o jogador para verificar se ele já consegue respirar sem a ajuda de aparelhos, já que a pneumonia foi controlada. "Ele ficou muitos dias em ventilação mecânica. Reconhece a esposa, conversa. Não é uma "conversa". A gente indagou: tem dor? Não. Tá bem? Tô. Dói as costas? Sim", relatou o médico intensivista Edson Stakonski.
Neto foi o último sobrevivente a ser resgatado dos escombros."Ele tem uma fratura da vértebra lombar, conforme se movimenta, sente dor, ficou muitos dias deitado, ele é um atleta. A gente conseguiu tirar ele da ventilação mecânica, a gente acabou de desentubar ele. Nós precisamos de um tempo. Ele é um paciente de UTI, de cuidados intensivos e reavaliação de hora em hora", acrescentou o médico. "Ele tem que aguentar ficar fora da ventilação, aprender a respirar sozinho".
Segundo a Chapecoense, o médico do clube Carlos Mendonça, que está em Medellín avaliou como "positivas" as últimas informações a respeito dos sobreviventes. “Todos tiveram uma melhora do quadro clínico. O Alan já está caminhando, o Follmann está consciente e fazendo fisioterapia respiratória. Rafael Henzel também está consciente e falando bastante, o Neto é quem preocupa mais, mas também teve melhoras.”

O jornalista Rafael Henzel e o jogador Alan Ruschel devem ser levados para continuar o tratamento em Chapecó, no Oeste catarinense, embora a Chapecoense prefira não estimar datas. "Dentro do grupo já temos uma logística própria, queremos segurança máxima", disse o médico.